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A Escola da Ponte e o poder de repensar o ensino



Em meados de 1976, na região do distrito do Porto, em Portugal, educadores assumiram o lema de "tentar fazer crianças felizes" e transformaram o ensino na Escola Básica de Aves/São Tomé de Negrelos. Haveria ali um rompimento progressivo com o ensino tradicional, instituindo uma autonomia revolucionária tanto para educandos quanto para educadores.

O modelo da Escola da Ponte se tornou um referência prático para muitos dos grandes pensadores do ensino no mundo lusófono. Rubem Alves, em meados de 2001, refere a Escola da Ponte em sua obra "A Escola que sempre sonhei, mas nunca imaginei que pudesse existir". O método pedagógico ali empregado é uma resposta direta a insuficiência crescente dos métodos tradicionais de ensino.

Não existem salas de aula, mas ambientes de trabalho. Professores estão presentes como orientadores e facilitadores, mas quem realmente toma as rédeas dos processos de ensino e aprendizagem são os alunos e seus pais. Os educandos ensinam-se mutualmente, onde aqueles que estão mais a frente nos anos de aprendizado passam a monitorar os dos anos anteriores.

A lógica interna da Escola da Ponte busca, para além da promoção da autonomia, a solidariedade e democraticidade. Participando tanto pais quanto alunos, a estruturação da escola e do ensino vai além das paredes e passa a se tornar um processo do dia a dia.

Um corpo de profissionais da psicologia, pedagogia, administração e educação em geral, reúnem-se semanalmente para discutir a estrutura da escola, bem como seus desafios. O processo de autoavaliação da instituição é continuo.

De acordo com os níveis de progressão, os alunos são orientados, mas sem divisões ou particularidades exclusivistas. Há um contínuo fomento pela heterogeneidade dos espaços, idades e ideias. Organiza-se em três núcleos: iniciação; consolidação; e aprofundamento. Dispostos entre estes, os orientadores se incluem nas esferas de dimensão artística, identitária, linguística, lógico-matemática, naturalista, pessoal e social. 

A instrumentação pedagógica, ou seja, os artifícios, materiais e métodos de ensino são diversos e sem barreiras de aplicabilidade. Alunos se organizam tanto estruturalmente como também a nível político. Grupos para aqueles que já adquiriram determinados conhecimentos e grupos para aqueles que ainda não. Os professores tutores, por exemplo, tem um contato semanal com um grupo específico de alunos. Isso possibilita uma maior individualidade no atendimento do educador e também maior autonomia no aprendizado do educando.

https://educacaointegral.org.br/experiencias/escola-da-ponte-radicaliza-ideia-de-autonomia-dos-estudantes/

https://novaescola.org.br/conteudo/335/jose-pacheco-e-a-escola-da-ponte


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